Na casa onde moro tem três goiabeiras no fundo do quintal. Assim que me mudei para cá não dava muito valor as minhas pequenas e profícuas goiabeiras. Era menino que pulava o muro para roubar goiaba, vizinha que enchia a paciência, porque as goiabas estavam apodrecendo no pé e precisavamos colher para fazer doce e por aí afora.


Como a casa em que moro é alugada, um belo dia a proprietária me ligou e disse que queria fazer uma reforma na casa. Minha espinha dorsal gelou, pensei, agora ferrou legal.


Eu tenho problema com pedreiro e a necessidade de convivência profissional é muito díficil pra mim, ouso dizer até perigoso para a vida do pedreiro e a manutenção da minha liberdade, mas deixando os exageros de lado voltemos a história da reforma.


Depois de tudo combinado a proprietária me perguntou se eu queria usar o pedreiro para alguma alteração na casa. Eu respondi que estava tudo em ordem, apenas a goiabeira me enlouquecia de vez em quando.


Numa segunda-feira, 6:30 da manhã aterrizou toda a equipe na minha casa, um pedreiro e mais três ajudantes. Como já é de lei, todo pedreiro chega na sua casa, faz uma bagunça danada, implica com seu jeito de fazer as coisas e reclama que o café está fraco. Sem contar que eles fazem besteira no serviço e se você vai reclamar ele diz: " A senhora é pedreira?"Bom! Reforma vai, reforma vem e já iam três semanas de serviço e nada de acabar. Um belo dia o pedreiro disse que iam terminar o serviço naquele dia e que a tarde eles fariam o que faltava. Na hora eu não entendi, fui trabalhar e voltei a tarde, como de costume. O pedreiro me chamou no fundo do quintal e com a maior cara de satisfação disse: " Deixei o quintal totalmente limpo, essas goiabeiras não amolam mais a senhora." Coitado. Achou que estivesse me fazendo o maior favor do mundo. Meus olhos se recusavam a ver e meu cérebro se recusava a acreditar. Meu Deus! Minhas goiabeiras estavam no toco, era apenas a raiz e não chegava a ter dez centímetros de caule.


Naquele momento pensei que minhas três goiabeiras estavam mortas. Não havia como florecer alguma coisa apenas naquela pontinha de caule.


Retomei a rotina e acabei me esquecendo das goabeiras, no dia-a-dia eu nem reparava naquele pedaço de caule, mas não é que para a minha surpresa, passado algum tempo, que eu não sei precisar quanto, daquele pedaço de caule começou a brotar pequenos ramos, que foram se transformando em caule. Minhas goiabeiras floreceram, deram frutos, que chegavam a encurvar os galhos ainda fracos, mas vigorosos. Hoje minhas goiabeiras estão totalmente recuperadas, dando flores e depois frutos.


Quando esta história aconteceu, eu ainda não tinha amadurecimento para entender as lições que a natureza nos dá diariamente. A capacidade de transformação e regeneração que existe em tudo que é divino( aquilo que vem de Deus).


Essa semana, admirando as minhas goiabeiras, fiz um paralelo da história da goiabeira com a história da minha vida. Vários foram os momentos em que o caule da minha vida, da minha relação amorosa, da minha vida profissional, familiar, social e espiritual esteve a menos de dez centímetros do chão. Quem olhasse pensaria: Já era! Mas não era, enquanto a gente tá vivo tudo pode acontecer. Podemos nos reinventar, aprimorar, caprichar e com isso mudar, aprender, crescer.


Mas a principal lição que tirei desta história é a que tenho que valorizar TODAS AS GOIABEIRAS DA MINHA VIDA, para não correr o risco de perdê-las novamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Linda
É lindo seu blog....É isso aiiiiiiii é a capacidade de uma mulher........ perfeita administradora.

Luiz Lailo disse...

Coloquei um link para seu blog no meu título Blogs Atualizados onde a última atualização aparece em primeiro lugar. Como são apenas 25 links, quem não atualiza fica oculto até publicar novo post.

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